Os brasileiros estão muito preocupados com o crescimento dos casos de varíola dos macacos no Brasil. A verdade é que, em relação à doença, as pessoas ainda não sabem o que é, os sintomas e como compromete a saúde, inclusive a visão.

Contudo, mantenha sua tranquilidade, pois, o que se observa é que as epidemias estão presentes na história humana, desde que o homem passou a viver em comunidade, há cerca de dez mil anos. A varíola já é uma doença responsável por matar muitos reis e rainhas e, infelizmente, cada vez mais, está ganhando espaço no cotidiano dos brasileiros e nos noticiários.

O que é?

A varíola dos macacos é um problema pois é uma  zoonose viral, isto é, pode ser transmitida aos humanos por meio de um animal, apresentando sintomas parecidos com os da varíola, mas em menor gravidade.  Você sabia que a varíola dos macacos só costumava ocorrer em animais que viviam em florestas tropicais da África, sendo que, poucas vezes afetava os humanos? Para se ter uma ideia, o primeiro caso foi documentado fora do continente, nos Estados Unidos, somente em 2003. Atualmente,  diversas ocorrências já estão sendo registradas na Europa, principalmente, na Espanha, Alemanha, França e Inglaterra. Os EUA lideram o ranking mundial com mais de 17 mil casos e o Brasil aparece em 3º lugar com 5.500 casos já confirmados. Sim. A situação é alarmante e preocupante. Você sabe o que fazer?

A varíola dos macacos não se manifesta só com bolhas e também compromete os olhos?

A população desconhece que a varíola dos macacos compromete a qualidade da visão e a falta de informação pode provocar muitos problemas oculares. A principal manifestação nos olhos pela varíola dos macacos é a formação de lesões, em formas de vesículas, da mesma forma que ocorre com a catapora. O problema é que as vesículas evoluem com o tempo, até cicatrizarem por conta própria. Já sabe quais são os outros sintomas da patologia?

Conheça mais alguns dos sintomas?

Geralmente, a varíola dos macacos apresenta sintomas leves, sendo que, a maioria das pessoas se recupera, bem e completamente, de duas a quatro semanas. Contudo, atenção é essencial, uma vez que os casos graves provocam a morte de 3% a 6% dos casos.

A transmissão entre humanos acontece de várias maneiras, como o contato próximo com pessoas infectadas (encostando em lesões, por exemplo, ou através de gotículas propagadas pelo ar, após tossir ou espirrar), ou com objetos infectados, tipo copos e talheres, corrimões ou botões de elevador e, até mesmo, roupas de cama.

Um outro alerta essencial é que a transmissão ainda ocorre durante a gravidez e o parto.

Mas, e em relação aos sintomas nos olhos?

A comunidade científica alerta que os principais sintomas provocados pela varíola dos macacos na visão, assim como a frequência deles, são:

• Aumento dos gânglios linfáticos perioculares – 75%
• Formação de vesículas na órbita e ao redor dos olhos – 25%
• Blefarite – 30%
• Conjuntivite – 30%
• Lesão foco conjuntival – 17%
• Úlcera na córnea – 4%
• Fotofobia ou aversão à luz – 22,5%
• Ceratite (inflamação da córnea) 3,6% a 7,5%
• Perda da visão – 10% nas contaminações primárias e 5% nas contaminações secundárias.

A antiga vacina da varíola é eficaz para prevenção dessa nova forma da doença e, existe também uma vacina específica contra esse vírus. Contudo, o complicador será, agora, fabricar doses suficientes para restringir a transmissão, em nível mundial.

Afinal, infelizmente, um entrave está na completa escassez de vacinas, pois, o fato é que deixaram de ser fabricadas, em 1980, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou o problema erradicado.

A recomendação médica, portanto, é não arriscar e, em caso de olhos irritados e vermelhos, consulte, rapidamente, um médico para avaliação e indicação de exames, evitando a automedicação, até que um diagnóstico esteja fechado para prescrição do tratamento adequado.

Vale alertar, enfaticamente, que o uso incorreto de colírios compromete, ainda mais, a saúde dos olhos e aumenta a resistência do vírus.