Conhecer melhor o glaucoma é fundamental, pois, você sabia que na maioria das ocorrências, é uma doença assintomática e a perda da visão acontece somente nos casos avançados? Assim como o Parkinson, também é uma doença degenerativa, ou seja, provoca a morte das células, contudo, a causa ainda não é conhecida.
Curiosamente, a visão periférica é afetada primeiro, entretanto, dificilmente, você perceberá, uma vez que o cérebro possui mecanismos que preenchem com informações as prováveis partes da visão que não recebem a imagem. Quando o glaucoma é detectado tardiamente, muitas vezes, a perda já atingiu a maior área do campo visual e, assim, já começa a comprometer a visão central. O tratamento foca em desacelerar a progressão da doença, porém, parte das células já foi danificada de maneira irreversível.
Fonte: Heijl, A., Patella, V. M., & Bengtsson, B. (2020). Effective Perimetry (4th ed.) [E-book]. Carl Zeiss Meditec, Inc.
IMAGEM: Acima, a relação entre o exame Campo Visual para constatar a região que não é vista e um exemplo de como isso compromete o cotidiano.
O que é o glaucoma?
O glaucoma é uma doença das células da visão que compõem o nervo óptico. A morte dessas células pode levar a uma perda progressiva e irreversível da visão, lenta ou gradual.
Um dado assustador do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) é que a patologia atinge cerca de 3% da população, acima de 40 anos. Inclusive e mais alarmante é que, em alguns casos, envolve jovens e até recém-nascidos. Primeiramente, é necessário determinar a existência de um dos subtipos:
- Glaucoma de ângulo aberto
- Glaucoma de ângulo fechado.
Glaucoma de Ângulo Fechado
As pessoas com esse tipo apresentam alterações na estrutura do ângulo, dificultando a drenagem do líquido da parte de trás do olho para a parte da frente e, assim, compromete a eliminação e renovação. Quando o líquido acumula, provoca uma pressão crescente e prolongada, destruindo o nervo.
Glaucoma agudo de ângulo fechado
O tipo é o mais grave, pois, a íris fecha o canal de drenagem do líquido intraocular, elevando os níveis de pressão. A pressão fica tão alta que a pessoa sente dor muito forte, olho vermelho, embaçamento visual e pode ficar cega em poucas horas.
A recomendação para esses casos é consultar um oftalmologista rapidamente.
Glaucoma de Ângulo Aberto
Você deve saber que esse é o tipo de glaucoma mais comum, sendo responsável por 95% das ocorrências. O problema é semelhante à hipertensão arterial, ou seja, a pessoa apresenta muitos anos com pressão alta no olho, causando danos ao nervo e, consequentemente, à visão. Como acontece de maneira assintomática, a identificação dos sintomas só ocorre, quando já aconteceu uma perda irreversível da visão. Os motivos ainda são diversos, uma vez que se trata de uma doença em estudo.
Como detectar o glaucoma?
O mais incrível e importante é que as novas tecnologias permitem o diagnóstico do glaucoma em fase inicial e, assim, pode-se preservar a visão, ao máximo. Contudo, diferentemente de doenças como a diabetes, não existe apenas um exame para confirmar a patologia. Saiba que é necessário avaliar diversos exames para confirmar se a perda das células é, de fato glaucoma, ou se está ocorrendo por outra causa.
Abaixo, você saberá quais são os exames considerados essenciais para o acompanhamento, segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG):
- Tonometria: pressão intraocular
- Biomicroscopia de papila: avaliação do estado do nervo
- Gonioscopia: determina a existência de ângulo aberto ou fechado
- Paquimetria: avaliar espessura do olho
- Campo Visual: avaliação das áreas que a pessoa não enxerga mais (imagem acima)
- Retinografia: documentação fotográfica da retina e do polo posterior
- Tomografia de coerência óptica (TCO): análise das células danificadas.
Sintomas
A atenção é essencial, entretanto, o mais comum são os sintomas serem evidentes, quando o caso já está em fase avançada.
Quais são os tratamentos?
Infelizmente, na maioria dos casos, o glaucoma não tem cura. Entenda que é o tipo de glaucoma que determinará qual será o tratamento. Porém, a proposta dos cuidados é diminuir a pressão intraocular.
Em casos iniciais, pode-se usar colírio. O Hospital de Olhos – Clinica Dr Ricardo Guimarães tem a possibilidade de evitar o uso de colírios com o laser – SLT (Trabeculoplastia Seletiva a Laser)
Em casos graves, a cirurgia pode ser indicada e o uso de colírios também.
Quem pode ter glaucoma?
A verdade é que a doença pode se manifestar em pessoas de qualquer idade, entretanto, não entre em desespero, pois é mais comum acima dos 60 anos. Entretanto, como já mencionado, a patologia ainda pode ser detectada em recém-nascidos, crianças e adolescentes.
No caso de jovens, o problema é sempre muito mais grave, pois provoca mais sintomas e, principalmente, a perda visual mais rápida. Felizmente, esses casos também são mais raros.
Quais são os fatores de risco?
Os fatores de risco para o desenvolvimento são:
- Pessoas com pressão intraocular elevada
- Parentes com glaucoma (hereditariedade)
- Pessoas acima de 40 anos
- Trauma no olho
- Portadores de diabetes
- Portadores de pressão arterial baixa
- Pessoas com apneia do sono
- Pessoas com enxaqueca
- Pessoas com ascendência africana
- Pessoas com ascendência asiática
- Pessoas com uso prolongado de corticoide, como prednisona, entre outros.
Hereditariedade
A probabilidade do glaucoma se desenvolver em uma pessoa, com um familiar já apresentando a doença, é muito mais alta. Por isso, caso você tenha glaucoma, oriente seus parentes a também consultarem um oftalmologista para avaliação.
Como prevenir o glaucoma?
Aprenda que a prevenção está nas consultas periódicas com um oftalmologista. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores serão as chances para evitar a degradação da visão.
Após a conclusão do diagnóstico, o paciente é encaminhado para um glaucomatólogo, médico especialista na área. O profissional pode indicar o uso de laser, colírios e até uma cirurgia para proporcionar melhor qualidade de vida.
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