Para muitas pessoas, o ano só começa depois do carnaval. Para outros, é depois da semana santa. E para alguns, como eu, começa bem no início de janeiro.

Não sei se você faz uma avaliação do ano que passou, se faz planos para o ano novo, ou quem sabe pula sete ondas, passa o réveillon de roupa branca, ou faz oferendas a Iemanjá.

Se acredita em sementes na carteira.

Posso até fazer algumas práticas para acompanhar os amigos e afastar o azar, mas também mantenho uma abordagem prática. Vai que a sorte e as práticas não funcionem?!

Eu sempre faço uma avaliação no final do ano em relação às metas definidas no início de 2023, além de estabelecer novas metas para o ano novo. Eu as anoto e coloco na agenda para serem revisadas no final do ano, para não esquecer. Sem a possibilidade de ajustá-las ou corrigi-las no meio do caminho. Cada um de nós a sua maneira.

Quando jovens, somos sonhadores e românticos. Temos “toda a vida” pela frente para experimentar na base da tentativa e erro. E isso é muito bom se você souber aprender com seus erros.

Para aqueles como eu, que veem a vida, cada vez mais, pelo retrovisor do que o para-brisa, o estoque de sonhos é gradualmente substituído pelo estoque de experiências, e as decisões se tornam mais realistas e pragmáticas. Podemos dizer que desenvolvemos um estilo próprio de agir.

Vou compartilhar como desenvolvi o meu estilo.

Quando criança, fui um ávido leitor de Júlio Verne. Realizei com ele três viagens incríveis que influenciaram minha personalidade. Primeiramente, embarcamos na viagem “Da Terra à Lua”, em uma nave espacial lançada por um enorme canhão.

Gastamos apenas 90 minutos em nossa viagem de ida. A volta foi mais lenta e divertida. Após retornar dessa fantástica jornada, nunca mais parei de olhar para as estrelas. Em seguida, fizemos uma viagem ao fundo do mar no Nautilus, comandado pelo capitão Nemo, em “Vinte Mil Léguas Submarinas”. Aprendi sobre um mundo misterioso onde hoje descansa o Titanic.

Na última viagem, circundamos o mundo em 80 dias a bordo do navio Henrietta. Foi minha primeira experiência internacional, ancoramos em muitos portos e conhecemos países e culturas diferentes. Durante a jornada, aprendi com Phileas Fogg, o capitão do navio, os valores da disciplina, pragmatismo e determinação que nos permitiram concluir a viagem com sucesso.

Fogg era um homem extremamente disciplinado, mantendo o foco em sua meta e não desistindo diante dos obstáculos que enfrentava. Era também muito pragmático, sempre objetivo e racional em suas decisões. Esse pragmatismo foi essencial para que tomássemos as decisões corretas em momentos de pressão. Ele estava sempre disposto a fazer o que fosse necessário para vencer a aposta de completar a volta ao mundo em 80 dias. Nossa chegada foi emocionante.

Dessas viagens, além dos valores que têm me inspirado desde a infância, surgiu a curiosidade que alimenta minha vocação pela pesquisa científica, moldando minha carreira como médico e, atualmente, como neurocientista e diretor de pesquisas do LAPAN – “Laboratório de Neurociências Aplicadas à Visão”e coordenador junto com a Professora Maria Lucia, do curso de Neurociências Aplicadas que realizamos anualmente na UFMG para alunos de Pós-graduação.

Nossa jornada envolve quase uma centena de artigos publicados e internacionalmente reconhecidos e dezenas de teses de mestrado e doutorado em que o LAPAN está envolvido, direta ou indiretamente.

Mas por que estou falando sobre isso em uma mensagem de Ano Novo?

Porque o mundo de hoje, talvez mais do que nunca, mantém seus mistérios. Os mistérios não estão tanto no mar ou no centro da Terra como nos livros de Júlio Verne, mas sim, no futuro que nos aguarda. Vivemos uma época de muitas mudanças, a maioria das quais imprevisível. Não me lembro de ter sentido essa sensação de mudança e insegurança em relação ao futuro tão intensamente como agora. Um mundo com tantas mudanças anunciadas. Mudanças no trabalho, nas profissões, na educação, todas impactando nossa vida pessoal e profissional.

E aí, para enfrentar este novo mundo com um pouco de poesia e relaxamento eu trouxe esta sugestão para você.

Que tal nos inspirar em vários personagens de Júlio Verne, especialmente Phileas Fogg que incorpora as qualidades mais importantes para nos darmos bem em 2024.  Tenha certeza de que essas qualidades podem não parecer importantes agora, mas serão no futuro. Elas são como músculos que crescem lentamente com a prática. “James Clear” em “Hábitos Atômicos” nos ensina que se você cultivar bons hábitos e melhorar 1% todos os dias durante um ano, você ficará 37 vezes melhor do que estava no início do ano. Vale a pena fazer uma pequena melhoria todos os dias?

Minha mensagem de Ano Novo para você é simples: Busque a melhoria contínua todos os dias do ano. Cultive bons hábitos e elimine os maus. Isso pode levar tempo, até mesmo anos.

Sejam bons ou ruins, todos os hábitos deixam sua marca. Mas no final de 2024, você verá a diferença. “Somente quando olhamos para trás, 2, 5 ou 10 anos depois, é que o valor dos bons hábitos e o custo dos maus hábitos se tornam surpreendentemente aparentes.”

Feliz 2024!

Em tempo. Se você quiser boa companhia todos os 365 dias do ano leia Robert Greene em “Leis Diárias”, cada dia. traz uma tarefa divertida e construtiva.

 

 

Embarque comigo em uma viagem ao desconhecido de 2024, inspirada pelas aventuras de Júlio Verne. Avalie seus hábitos, trace metas e cultive a disciplina de Phileas Fogg. Nesse mundo de mudanças, cada pequena melhoria diária faz diferença. Explore os mistérios do futuro, pois, como o capitão Nemo, descobriremos que a jornada é tão importante quanto o destino. Feliz 2024! Que a sorte, guiada pelos rituais de Ano Novo, esteja ao seu lado. Mas, por garantia, siga minhas coordenadas para um ano extraordinário!

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