A medicina evoluiu exponencialmente nos últimos anos acompanhando a evolução da ciência, da tecnologia e da indústria.

Dentre todas as modalidades, a oftalmologia está entre as especialidades médicas mais beneficiadas. Principalmente na área da cirurgia. Cirurgias complexas como a do glaucoma e da retina, também ganharam novas técnicas que dão ao médico opções de intervenção que se adaptam a cada caso.

Mas a cirurgia que mais ganhou novas opções foi a da catarata, que é por sinal, a cirurgia mais executada em todo o mundo.

E isto tem uma justificativa além de todos os avanços tecnológicos. Estamos vivendo mais além dos 50 anos. E é nesta fase que entramos na faixa do desenvolvimento da catarata e vamos precisar da cirurgia. Sem exceção. As pessoas mais exigentes visualmente vão precisar da cirurgia mais cedo. Nós médicos, por exemplo, precisamos de boa visão no exame do paciente e na leitura. Advogados na leitura e na interlocução. Engenheiros precisam de visão de detalhes, de visão crítica. Ou pilotos de avião, motoristas. E difícil pensar em uma profissão que não precise tanto da visão. Além do mais, hoje, sabemos que quem enxerga mal tem mais chances de desenvolver demência, Alzheimer e até mesmo doenças mentais.

E a boa notícia é que quando chega a hora da cirurgia da catarata nós vamos ter a oportunidade de mudar a maneira como enxergamos. Imagine sua resposta quando o médico te perguntar: depois da cirurgia você quer ficar sem óculos?

Você vai dizer que sim, mas tem muita gente que quer ficar usando o mesmo grau? Você acredita?

E além da sua acuidade visual, a cirurgia de catarata pode impactar no seu comportamento.

Sim, porque a qualidade de visão reduzida, a dependência de óculos para ver, pode tornar as pessoas mais tímidas, mas distraídas, menos ativas e aptas para atividades físicas e prática de esportes.

Mas a cirurgia de catarata pode ser a oportunidade de uma verdadeira revitalização na sua visão. Porque quando a nossa lente natural do olho, o cristalino vai se transformando em catarata, podemos substituí-la, por uma lente artificial novinha.

Esta lente artificial, feita de um plástico especial chamado PMMA é o que nós chamamos de lente intraocular.

E as lentes intraoculares são chamadas de princesas da tecnologia.

Menores que um grão de arroz, são moldadas por máquinas inteligentes super miniaturizadas na forma, no grau, na esfericidade, na multifocalidade.

São, de fato, um diamante da tecnologia.

Eu disse no início que a medicina evoluiu exponencialmente nos últimos anos. Vou dizer agora que o maior desenvolvimento aconteceu exatamente nestas lentes. Elas passaram a ser fabricadas com tecnologias diferentes de foco, de filtros, criando mais modelos que as lentes de óculos. Desta forma, temos opções de lentes intraoculares para atender a necessidades de cada pessoa, e para serem personalizadas da maneira que o paciente quiser.

Pense no alfaiate que faz ternos sob medida. Esta é uma boa analogia para você entender o que um cirurgião pode fazer com a visão de uma pessoa após a cirurgia da catarata.

Em primeiro lugar, após a cirurgia da catarata, esta lente intraocular é capaz de te fazer ver melhor do que você via antes da catarata, com ou sem óculos. Estas lentes são o primeiro caso em que um órgão de prótese consegue funcionar melhor em todos os sentidos que o órgão normal, natural.

Além disso, se a pessoa tem um problema de perda de visão por degeneração macular, de glaucoma, de retina, a escolha da lente certa permite compensar, mesmo que parcialmente as perdas visuais em muitos casos.

E se você respondeu que não quer usar óculos depois da cirurgia, quando eu removo a catarata, coloco no lugar uma lente que vai dar mais claridade para minha visão e também a capacidade de ver de longe, de perto e distâncias intermediárias, como o computador. Não é maravilhoso isso?

Pois é. Quando eu vejo todas estas maravilhas da ciência, da tecnologia e percebo que as pessoas não tiram proveito porque não tem a informação, não perguntam para o médico quais são as melhores opções para o seu caso, fico realmente triste.

Vou fazer uma comparação para você entender como me sinto. Imagine que você entra no melhor restaurante do mundo, que te serve os pratos mais saborosos, lindos. Você entra no restaurante, olha para o menu, mas não entende nada sobre as opções e pede um misto quente ou um cheeseburguer.

O garçom olha para você e com tristeza te responde. Pois não senhor. Se é isto que você escolheu, será atendido. Porque a opção, a escolha final, é sempre do cliente. No nosso caso, do paciente.

Com um detalhe. No caso da lente intraocular, da sua visão, você vai ter que ficar com esta opção pelo resto da sua vida porque a gente não troca uma lente intraocular.

Espero que você tenha entendido a importância de saber de suas opções para fazer perguntas corretas ao médico. Da importância de conhecer esta possibilidade ilimitada de escolhas.

Porque se você souber desta oportunidade, você fará a opção, a escolha, da melhor lente para seu caso.

A opção e sempre do paciente. Ou muito frequentemente dos filhos, do acompanhante do paciente. Os mais jovens estão mais atentos a evolução e sempre ajudam os familiares na tomada de decisão.

Por coincidência estou ouvindo agora a música “It´s now or never, tomorrow it will be too late”. Podia ser a nossa música de fundo.

Até a próxima!

 

 

🍔 🍽 Imagine você chegar em um dos melhores restaurantes do mundo e pedir um cheeseburger? Pois é. Esta é a situação que melhor ilustra o paciente que não tem a informação do vasto cardápio de opções de lentes intraoculares para a cirurgia de catarata. Entenda melhor essa história no artigo de hoje! Boa leitura!

Dr. Ricardo Guimarães, Diretor do Hospital de Olhos de MG, Pres. União Brasileira para a Qualidade (UBQ), Inovador e Empreendedor em Educação Médica e Saúde, Neurocientista Dir. LAPAN

 

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